Não  me preocupo comigo

E sim com aqueles amigos

Menos  favorecidos

Que as vezes ficam esquecidos

Nas calçadas  e

 avenidas

E até perdem se vidas

 

Como doem estes frios

Tanto no corpo e na alma

Chega a ter

 calafrios

E a vida pede calma

 

Será que nasceu na rua

Pois a culpa não é sua

Se o frio apertou

A chuva sem lar o deixou

Se nem a vida poupou

O que será que sobrou?

Nem roupa e nem comida

Nem casa. Então que  vida.

 

Já entrastes

nestes lares

Nas calçadas e nos bares

Ou finge não

saber de nada

 Nem vê criança abandonada

Ah! Não vejo nada

E os que dormem nas calçadas

São vidas ameaçadas

 

Saia do teu conforto

Conheça o desconforto

De quem não tem casa ou abrigo

 E convive com o perigo

Como tu te agasalhas?

Sei que vives de migalhas

Nem um casaco de malha

O Frio corta como navalha

 

Não falo de qualquer lugar

Falo do nosso lugar

E se for procurar

Quantos estão ao relento

 Vivem no frio e no vento

Isto é apenas um alerta

Tem alguém sem coberta

Nem um pedaço de pano

Este é o nosso cotidiano

O frio pode trazer dano

 

Vamos pensar nas crianças

Que cheias de esperanças

Sentem o baque da estação

Chega corta o coração

É tamanha judiação

Dormem no chão que aflição

 

Não se culpam os governantes

Nem somos ignorantes

É  a estação do inverno

 Pra uns poucos é

 um inferno

Que morrem ao enfrentar

Outros  tentam encontrar

Um cantinho pra agasalhar

 

Acompanhe o jornalismo

É saia do egoísmo

Para aquecer o próximo

Aquele que é  nosso próximo

Café, comida em sua mesa

É uma blusa com certeza

Pra nosso irmão é riqueza

E  aguenta o frio com firmesa

 

Por Geralda Mangela Rosa