O IBGE divulgou pela primeira vez um levantamento nacional dos sobrenomes mais usados pelos brasileiros e confirmou o que muita gente já imaginava: o Brasil é, de fato, um país de Silvas. Segundo os dados, publicados recentemente, mais de 34 milhões de pessoas carregam o sobrenome, o equivalente a 16,7% da população. Na sequência aparecem Santos, Oliveira, Souza e Pereira.

O estudo analisou cerca de 200 mil sobrenomes registrados no país, em pesquisa revelada pela Folha de S.Paulo com base nas informações oficiais do IBGE.

Top 5 sobrenomes do Brasil

Silva – 34.030.104

Santos – 21.367.475

Oliveira – 11.708.947

Souza – 9.197.158

Pereira – 6.888.212

De onde vem o sobrenome Silva?

Silva tem origem no latim silva, que significa “floresta”. O nome era usado no Império Romano para identificar pessoas vindas de regiões arborizadas. Ele desapareceu por séculos e voltou a ser usado na Península Ibérica por volta do século XI.

No Brasil, o sobrenome chegou com os colonizadores portugueses e rapidamente se espalhou. Muitos imigrantes o adotavam para se misturar à população local, e pessoas escravizadas recebiam o sobrenome de seus senhores, prática que explica a forte presença de “Silva” entre brasileiros negros e pardos.

Hoje, o sobrenome é mais comum no Nordeste, especialmente em Alagoas e Pernambuco. Em Belém de Maria (PE), quase 64% dos moradores são Silva.

Os sobrenomes surgiram para diferenciar pessoas com o mesmo nome, geralmente ligados a profissões (Ferreira), características físicas (Roux) ou lugares (Costa). Com o tempo, esses apelidos se tornaram hereditários e passaram a carregar a história de famílias e regiões.

No Brasil, a diversidade de sobrenomes aumentou com a mistura de tradições europeias, africanas e indígenas. O registro civil, obrigatório desde o fim do século 19, consolidou o uso de nomes de família herdados do pai e da mãe.

Durante muito tempo, mulheres eram obrigadas a adotar o sobrenome do marido, regra que vigorou no Brasil até 1977. Hoje, a escolha é livre. Segundo a Arpen, o número de mulheres que passaram a manter o nome de solteira cresceu mais de 40% entre 2002 e 2022.

Alguns nomes se transformaram em verdadeiras marcas familiares, como Moreira Salles ou Ruy Barbosa. Esses sobrenomes mostram como, além de identificar uma família, eles também contam parte da história cultural e social do país.